A doação de sangue é mais do que um ato de solidariedade e cidadania: é o ponto de partida de uma ciência que também salva vidas. Você sabe o que é a hemoterapia e quais oportunidades de trabalho essa área proporciona na medicina?
Conheça, a seguir, tudo sobre essa especialidade e as atribuições de um profissional em hemoterapia. Caso essa seja a sua futura profissão, é hora de tirar todas as suas dúvidas e se preparar para os próximos passos na carreira!
Você sabe o que é hemoterapia?
Esse é um tipo de tratamento que trabalha com a reposição ou remoção dos componentes do sangue humano para utilizá-los de forma terapêutica. O objetivo é prevenir e tratar casos de distúrbios da coagulação sanguínea, hemorragias e anemias causadas por diversas doenças.
A hemoterapia é usada por meio de diferentes técnicas, como a transfusão sanguínea. Ela atua não só no tratamento de diferentes doenças hematológicas, mas também em qualquer outra situação clínica ligada à perda de sangue e de seus elementos, como:
- procedimentos cirúrgicos em geral;
- tratamentos de quimioterapia;
- remoção total de volumes de sangue (doações e sangrias terapêuticas).
As doenças hematológicas, por sua vez, comprometem tecidos e órgãos responsáveis pela proliferação, maturação e destruição natural das células do sangue, chamadas de hemocomponentes (hemácias, leucócitos e plaquetas). As anemias e as alterações de coagulação são dois exemplos comuns.
A pessoa que sofre de uma dessas doenças, seja hereditária, seja adquirida, desenvolve deficiência na produção ou até a perda dos componentes sanguíneos. As consequências variam desde anemias brandas até graves sangramentos. Para todos os casos, a reposição desses hemocomponentes é imprescindível, uma vez que não há substituto para o sangue humano.
Hemoterapia no tratamento do câncer
Além de saber o que é hemoterapia, é essencial entender o papel dessa área no tratamento oncológico. Ela atua em doenças onco-hematológicas, nas quais o câncer pode provocar anomalias nas células do sangue, no sistema linfático e na medula óssea, como leucemia e linfomas.
Nesses casos, a técnica utilizada é o transplante de Células Progenitoras Hematopoéticas (CPH). Ele é feito depois que a pessoa doente retorna de sessões de quimioterapia em altas doses, como uma forma de fortalecer a resposta imunológica ao tratamento. Antes disso, o sangue é extraído para coletar células-tronco.
Inclusive, a hemoterapia participa ativamente dos avanços em biotecnologia, atuando em coleta, processamento e transplantes de células-tronco em variadas condições clínicas.

Conheça o grupo de profissionais que atuam na hemoterapia
Agora que você já sabe o que é hemoterapia, conheça as carreiras de quem opta por essa especialidade. Em geral, os serviços dessa área contam com uma equipe multiprofissional composta por técnicos, técnicas e especialistas.
O profissional técnico em hemoterapia atua nas rotinas do ciclo produtivo do sangue, desde a captação de quem doa até a transfusão. Já a pessoa especialista atua em atividades mais analíticas de laboratório e gestão da qualidade das rotinas desse tratamento.
Perfil de técnico em hemoterapia
Para alcançar esse nível na área, é preciso ter concluído o curso técnico de nível médio. As atribuições incluem provas sorológicas e imuno-hematológicas; captação, triagem clínica, epidemiológica e sorológica dos doadores; coleta, processamento, controle; armazenamento, expedição e infusão dos hemocomponentes.
A estimativa de remuneração inicial para o cargo é de dois a três salários-mínimos. Sua atuação é ampla, não se restringindo apenas a hospitais, clínicas e laboratórios especializados em hematologia terapêutica. Outras possibilidades são:
banco de sangue;
bancos de cordão umbilical placentários e de medula óssea;
laboratórios de análises clínicas, empresas e serviços da área diagnóstica e de biotecnologia;
produção de hemoderivados;
instituições educacionais e de pesquisa.
Perfil de especialista em hemoterapia
Para se tornar especialista em hemoterapia, é necessário ter graduação em um curso da área da saúde com pós-graduação em hemoterapia. Nesse nível de atuação, a remuneração inicial estimada é de três a seis salários-mínimos. A atuação deste profissional passa por:
bancos de sangue, de medula óssea e de cordão umbilical;
área educacional;
clínicas especializadas, hospitais e laboratórios de análises clínicas;
indústria e comércio de produtos biológicos;
produção e controle de qualidade de hemocomponentes, hemoderivados, produtos, reagentes e insumos (prestação de serviços e produção de pesquisas).
As atribuições desse cargo são os procedimentos técnicos, a análise e a liberação dos resultados, além da preservação da qualidade de equipamentos, insumos, hemocomponentes e hemoderivados.
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Como é o ciclo do sangue?
Para saber tudo sobre o que é hemoterapia, também é importante compreender como é o ciclo do sangue de uma transfusão. Esse processo é realizado na rotina diária do profissional da área. Acompanhe as atribuições e suas respectivas etapas.
1) Cadastro: registro da pessoa doadora no sistema.
2) Pré-triagem: verificação dos sinais vitais da pessoa doadora (pressão arterial, pulsação e temperatura corporal), peso, altura e realização de teste de anemia.
3) Triagem: entrevista sigilosa para garantir a segurança da pessoa receptora (paciente) e da doadora.
4) Coleta: feita em bolsas de sangue total usando materiais estéreis e descartáveis em um local adequado.
5) Fracionamento: separação dos hemocomponentes do sangue total e produção de concentrados desse material, seguindo indicações médicas.
6) Imuno-hematologia: encaminhamento e análise dos testes feitos em laboratório para verificação de tipos sanguíneos.
7) Sorologia: encaminhamento e análise de exames feitos em laboratório para verificação de possíveis doenças transmissíveis, como: sífilis, hepatite, doença de Chagas, Aids, HTLV 1 e 2.
8) Armazenamento: depois de todas as etapas, os hemocomponentes são enviados para uma agência transfusional. É esse órgão que atende aos pedidos médicos, resultando na fase final: transfusão de sangue às pessoas receptoras.

Conheça o mercado de trabalho da área
Se você já sabe o que é e para que serve a hemoterapia, mas ainda tem dúvidas sobre as oportunidades de trabalho, saiba que a perspectiva é positiva. O setor está sempre evoluindo no país, e a demanda por profissionais qualificados é crescente, principalmente com o aperfeiçoamento da gestão de qualidade.
No Brasil, há 32 hemocentros centrais e públicos, sendo, pelo menos, um em cada estado. Há, também, locais especializados em serviços hemoterápicos, como hemocentros regionais, núcleos de hemoterapia e unidades de coleta e transfusão.
Em São Paulo, destacam-se a Fundação Pró-Sangue - instituição pública ligada à Secretaria de Estado da Saúde - e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Ela coleta e processa bolsas de sangue para mais instituições públicas da rede estadual de saúde.
Mudanças na área e a atualização profissional
Se você quer saber como trabalhar em hemoterapia, foque na formação profissional, atualizando-se constantemente sobre as novidades da área. As mudanças são frequentes, principalmente diante dos recentes desafios epidemiológicos, como novas doenças infecciosas com contágio pelo sangue e ressurgimento de algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Nesse contexto, os processos de hemoterapia estão sempre buscando métodos terapêuticos mais eficazes. Por isso, a área exige atualização técnica e científica constante: o grupo de profissionais precisa participar de cursos, workshops, jornadas e congressos, para se aperfeiçoar e se capacitar constantemente.
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