Você sabe o que são negócios sociais? Atualmente, eles são muito valorizados no mercado profissional, pois aliam os empreendimentos ao propósito de vida em ações guiadas por valores específicos.
Porém, será que é possível trazer essa proposta para o mundo corporativo? Quem empreende sabe que não há mais espaço para empresas que olham apenas para si. Negócios interessados somente em ganhar dinheiro sem se preocupar, sobretudo, com as consequências às pessoas, aos parceiros, aos governos e ao meio ambiente estão sendo deixados de lado.
Dessa forma, tornou-se bastante comum as organizações apoiarem iniciativas sociais ou criarem suas próprias ações de responsabilidade socioambiental. Há, ainda, quem leve essa postura a outro patamar e torne essa a razão da existência do próprio negócio.
Entenda o conceito de negócios sociais
É importante saber o que são negócios sociais para entender como eles funcionam. As ideias dessa proposta geralmente nascem de motivações afetivas, quando a pessoa que empreende já conviveu ou ainda convive com o problema que pretende solucionar.
Ao contrário do que muitos pensam, os negócios sociais não são organizações sem fins lucrativos (ONGs com caráter filantrópico, por exemplo). Também não seguem os moldes tradicionais, cujo objetivo principal é gerar o máximo de lucro. A definição, no entanto, está no meio do caminho entre ambos.
As organizações beneficentes dependem de doações, parcerias e convênios com os setores privado e/ou público. Já os negócios sociais se utilizam de mecanismos e estratégias de mercado para vender seus produtos e serviços.
Assim, eles atuam de modo financeiramente autossustentável, cobrindo os próprios custos e conquistando uma margem de lucro. Em síntese, esse tipo de empresa combina as ferramentas, o dinamismo e a eficiência dos negócios tradicionais com a consciência e o propósito de ONGs.
De forma geral, tais empresas seguem na busca de soluções para problemas sociais. A conduta do negócio causa um impacto positivo na vida das pessoas e mantém a atenção ao meio ambiente.

O que acontece com o lucro?
Agora que você já sabe o que são negócios sociais, repare que há um equilíbrio entre o impacto social e o retorno financeiro. Nesse contexto, existem dois grupos com linhas de pensamento divergentes em relação a um ponto essencial: o destino do lucro obtido. Entenda o que pensa cada um deles a seguir.
1) Maior potencial de transformação
O economista e banqueiro bengali Muhammad Yunus, ganhador do Nobel da Paz em 2006, é dono de uma das empresas pioneiras neste setor. Ele defende que todo o lucro deve ser reinvestido na própria organização para ampliar o alcance do negócio e o impacto social.
As pessoas que investem podem apenas recuperar o capital investido, sem direito a dividendos. Em inglês, essa vertente é chamada de social business e tem outros seis princípios, que dizem respeito à necessidade de a empresa ser ambientalmente consciente e prezar pela redução de um problema que interfere no desenvolvimento da sociedade.
2) Prosperidade para fazer o bem
Mais ampla, essa abordagem acredita que o lucro de um negócio social pode ser redistribuído entre acionistas. O intuito é atrair a atenção de mais pessoas que habitualmente investem para, dessa forma, agilizar a criação de novos empreendimentos nessa linha.
Isso aumentaria as chances de superar mais rapidamente os problemas da sociedade. Essa vertente é conhecida no exterior como social enterprise. No Brasil, há quem se refira pelo termo "negócios de impacto social".
Quais são os princípios dos negócios sociais?
Sabendo o que são negócios sociais, pode-se definir o principal fundamento: empresas criadas para resolver um problema que afeta a sociedade em áreas básicas, como moradia, saúde, educação, saneamento, mobilidade urbana etc. Os demais princípios são:
- atuação para a melhora na qualidade de vida e garantia do acesso da população de baixa renda a necessidades básicas, direitos e oportunidades;
- capacidade de ser financeiramente autossustentável;
- equilíbrio entre viabilidade econômica e impacto social no plano de negócios;
- uso da lógica do capitalismo para resolução de problemas e cumprir papéis que seriam dos governos;
- possibilidade de replicar (funcionar em qualquer local que apresente o mesmo problema) e escalar (quanto mais lucro reinvestido, maior o número de pessoas beneficiadas).

Quatro dicas para investir em um negócio social
Quer se tornar um empreendedor social ou apoiar um negócio já existente? Confira as dicas que te ajudam a fazer uma escolha assertiva, que contribua para a sociedade positivamente:
1) Não foque apenas nos problemas. Ao olhar para as carências, procure enxergar também as potências.
2) O propósito social da empresa contribui para atrair mais atenção e ganhar espaço no mercado. Porém, não adquira um produto apenas porque ele vem de um negócio que segue essa conduta. Invista em um que também tenha boa qualidade.
3) Como essa ideia é relativamente nova, há menos exemplos de negócios sociais para servir de modelo no comparativo com os tradicionais. Então, não deixe de se capacitar! Pesquise experiências similares e faça cursos que enriqueçam suas habilidades empreendedoras.
4) Seguindo um dos princípios difundidos pelo já citado Muhammad Yunus: faça tudo com alegria! Desfrute da satisfação de trabalhar em um projeto social que faça sentido para você como pessoa e como alguém que deseja empreender.
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